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Sucessão familiar no agronegócio: entenda como lidar da melhor forma!

15 de abril de 2020 Gestão Agrícola

Sucessão familiar no agronegócio é um caminho natural. Boa parte dos alimentos produzidos no país vem da produção familiar. Em muitas dessas propriedades, o negócio já passa de pais para filhos há muitas gerações. No entanto, essa transição nem sempre ocorre tão facilmente.

Produzimos este artigo para alertar sobre as principais dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais brasileiros ao promover a continuidade do negócio e quais são as melhores práticas e soluções encontradas. Continue a leitura e saiba mais!

O que é sucessão familiar no agronegócio e por que é importante pensar nesse tema?

Sucessão significa basicamente transferir, dar continuidade, fazer uma sequência ou substituição. O processo de sucessão familiar no agronegócio se refere à transferência da gestão da empresa rural para um sucessor. Uma vez que a propriedade rural é um patrimônio da família, conduzir esse processo da melhor maneira vai garantir a continuidade do negócio de pais para filhos.

No entanto, essa transação não é automática nem instantânea. Deve ocorrer de forma gradual e trata-se de um processo que pode durar meses ou mesmo anos. Apesar de ser um assunto delicado, em que o gestor “passa o bastão” para seus herdeiros, nem sempre a família tem uma conversa aberta sobre o tema.

Quais são os principais desafios enfrentados na transição?

Como ocorre em qualquer empresa familiar, o processo sucessório traz muitos desafios. Especificamente no âmbito rural, os produtores enfrentam a dificuldade de atrair o jovem de volta ao campo. Ele nasceu e cresceu na zona rural, foi para a cidade estudar e tem contato com outras oportunidades. Alguns dos fatores que tornam um obstáculo para o sucessor assumir o bastão são:

  • diferença de objetivos entre o atual gestor e o sucessor;
  • falta de comunicação entre pais e filhos;
  • distância entre a cidade e a propriedade rural;
  • escassez de mão de obra no campo;
  • falta de habilidade e conhecimentos para assumir a administração da propriedade;
  • falta de investimento em tecnologia;
  • falta de interesse do sucessor na empresa rural;
  • pouca experiência do sucessor na gerência do negócio;
  • medo do patriarca de que o sucessor não valorize o negócio familiar;
  • procura de novas oportunidades de trabalho e renda.

As próprias dificuldades enfrentadas pelo produtor rural na fazenda se tornam um fator desanimador para os mais jovens. Mesmo quando há vontade da parte dos filhos de tomar as rédeas da continuidade do negócio, pode haver conflitos de interesse, o que gera muito desgaste emocional e problemas no relacionamento entre os familiares.

Por isso, o processo de sucessão familiar no agronegócio deve ser fruto de muito planejamento. É importante que os herdeiros saibam com clareza que a gestão da propriedade rural um dia ficará em suas mãos. Eles precisam estar preparados para lidar com administração, como acionistas do negócio.

Como a continuidade do negócio rural deve ser feita?

Uma vez que a sucessão familiar do negócio envolve um planejamento de longo prazo, saiba que é necessário ter muita paciência e que vários desafios surgirão ao longo do caminho. Alguns passos são muito importantes nesse processo.

Registre as atividades e toda a área da fazenda

É preciso levantar todas as informações relacionadas à sua propriedade, incluindo infraestrutura, operações e financeiro:

  • custos da produção;
  • benfeitorias;
  • tamanho da área (total, área plantada, área de proteção ambiental, área residência etc.);
  • maquinário (tratores, implementos agrícolas etc.);
  • rentabilidade;
  • documentos legais da propriedade;
  • histórico de todas as safras.

Esses dados precisam ficar bem acessíveis e claros para o sucessor. Se o atual gestor deixa tudo registrado e bem organizado, será mais fácil para quem dará continuidade na administração iniciar o trabalho sem grandes transtornos. Afinal, poderão servir de base para a tomada de decisões.

Softwares de gestão agrícola podem ser muito úteis nesse campo, uma vez que reúnem todas essas informações em um sistema automatizado, fácil de gerenciar.

Defina quando o processo de planejamento deve começar

Obviamente não existe uma idade certa para o administrador iniciar um processo de sucessão. Tudo vai depender da estratégia que ele quer implementar.

Identifique o sucessor

Mesmo que o patriarca tenha muitos filhos, é desejável que selecione um sucessor para a gestão. Após essa identificação, ele deve ser informado sobre essa possibilidade de sucessão. Dessa forma, terá tempo suficiente para decidir se deseja assumir a administração do negócio e se preparar ou se deverá tomar outro rumo.

Entre os herdeiros, é importante fazer uma pesquisa vocacional para saber onde se encaixam na empresa e que responsabilidades podem assumir. Nem todos terão o desejo de tomar a liderança. Alguns talvez queiram ir para a lavoura, enquanto outros podem querer ficar na parte administrativa ou mesmo como acionistas.

Aqueles que já se decidiram em assumir a gestão poderão ter tempo suficiente para o próximo passo, preparando-se para o seu papel.

Treine o sucessor

Todas as informações da propriedade anteriormente registradas devem ser passadas para o sucessor. Além desse conhecimento, é fundamental que o novo administrador invista em sua formação. O agronegócio hoje não é mais direcionado pelo instinto ou pela subjetividade. Cursos de Administração e Agronomia, por exemplo, vão muni-lo de habilidades que contribuirão para o crescimento da propriedade.

Aumentar a experiência fora do negócio familiar também é muito enriquecedor para os herdeiros. Trabalhando em outras propriedades, eles têm a oportunidade de construir sua própria identidade sem a necessidade de se esconderem por trás do nome da família. Além disso, entram em contato com novas visões de mercado e de gestão.

Dessa forma, quando assumirem o negócio, já terão reunido conhecimentos técnico, experiências e maior segurança para lidar com os desafios próprios da gestão um negócio rural.

Conte com a ajuda de um mediador externo

O processo de sucessão familiar no agronegócio pode provocar muitas emoções fortes entre os parentes. Tomar decisões mais objetivas se mostra, muitas vezes, um grande desafio.

Por isso, muitas empresas rurais contratam grupos de auditoria ou consultoria para gerenciar essa transição. O mediador não tem suas emoções envolvidas nas decisões, de modo que conseguirá ser mais profissional e técnico ao direcionar as discussões.

Avalie a contratação de gestores externos

A propriedade rural é uma empresa agrícola que, como tal, necessita de gestores habilitados e comprometidos. Nem sempre o patriarca consegue esse perfil entre seus herdeiros.

Em vista disso, a contratação de administradores externos se torna uma opção viável. Os herdeiros dão continuidade do negócio como acionistas, proprietários e conselheiros, mas profissionais contratados assumem a gestão.

Quando não existe um planejamento adequado da sucessão familiar no agronegócio, a continuidade dos negócios da empresa fica totalmente comprometida. Não são poucos os casos de propriedades divididas entre herdeiros que acabam falidas ou vendidas para terceiros. Mas quando o gestor pensa no processo com antecedência, as chances de sucesso são muito maiores!

Quer saber mais sobre como conduzir o processo de sucessão para a continuidade do negócio? Então, entre em contato conosco e converse com nossos especialistas!

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