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Veja como a agrometeorologia pode melhorar a qualidade de produtos agrícolas para exportação

15 de fevereiro de 2020 Agrometeorologia

As condições meteorológicas da região de plantio são grandes determinantes para o desenvolvimento da lavoura. Elas podem favorecer ou prejudicar o ciclo de crescimento das plantas, causar danos diretos pela ação dos elementos climáticos e criar condições propícias para surtos de pragas.

A agrometeorologia, ou meteorologia agrícola, é uma divisão da ciência meteorológica que estuda os efeitos das condições atmosféricas nas atividades do campo. Essa ferramenta é essencial para o aumento da produtividade, pois facilita a tomada de decisões na hora de escolher as espécies mais viáveis para o cultivo.

Isso é especialmente benéfico à agricultura de exportação, que depende da alta qualidade dos seus produtos para garantir sua competitividade no mercado. Continue a leitura deste artigo e entenda a influência da agrometeorologia nos cultivos brasileiros!

Como a agrometeorologia influencia na produtividade agrícola?

Os elementos climáticos que influenciam no desenvolvimento dos vegetais são as chuvas, a temperatura e umidade do ar, a temperatura do solo, a radiação solar e a velocidade e direção do vento. O fotoperiodismo é outro fator igualmente importante, que nada mais é do que o tempo ideal de exposição ao sol para cada espécie. Veja como esses fatores influenciam a saúde das plantas:

Radiação solar e temperatura

A fotossíntese é o processo biológico no qual a planta produz a energia necessária ao seu crescimento. Os nutrientes e sais minerais absorvidos pelas raízes são transformados em glicose a partir da luz solar captada pelas folhas. Quando está dentro de uma faixa ideal, a temperatura aumenta as taxas de fotossíntese, que diminui quando o calor é muito elevado.

O fotoperíodo é o intervalo de tempo que as plantas levam para realizar a sua fotossíntese e varia entre cada espécie.

Esse é um dos motivos pelos quais algumas plantas florescem apenas em determinadas épocas do ano, já que a duração do dia muda ao longo das estações. Existem espécies que atingem sua fase reprodutiva apenas em dias curtos e outras apenas em dias longos, além daquelas que são indiferentes a isso.

Chuva, vento e umidade

A chuva, o vento e a umidade não interferem diretamente nas reações metabólicas dos vegetais, mas alteram propriedades do ambiente que se relacionam a isso. A disponibilidade de água nos solos influencia a quantidade de nutrientes e oxigênio que as plantas conseguem absorver. Assim, períodos de seca ou excesso de chuva também limitam as taxas de fotossíntese.

O vento moderado é benéfico para a qualidade da transpiração e respiração, uma vez que renova o oxigênio presente na atmosfera. No entanto, ele também pode prejudicá-las quando em excesso, causando danos físicos como a perda de folhagem, o que também diminui a capacidade de fotossíntese.

Já a baixa umidade provoca perdas elevadas de água pela transpiração, enquanto o se excesso favorece a proliferação de doenças fúngicas.

Quais são os principais cultivos produzidos no Brasil com potencial de exportação?

O Brasil tem um clima muito favorável a diversos tipos de cultivos, ocupando lugares de destaque no mercado mundial de alimentos. Veja a seguir as lavouras mais rentáveis do país.

Soja

O Brasil é o segundo maior produtor de soja no mundo, chegando a 114.843 milhões de toneladas na safra 2018/19. Parte da sua comercialização é direcionada ao consumo humano, mas outra grande parcela é usada na alimentação de animais criados em fazendas.

A soja é um exemplo de espécie sensível ao fotoperiodismo e que só floresce sob determinadas condições climáticas. Seu desenvolvimento pleno ocorre entre 20°C e 30°C, e os dias curtos marcam o seu período reprodutivo. Temperaturas altas ou baixas aceleram ou atrasam o seu ciclo reprodutivo, respectivamente.

Cana-de-açúcar

A importância econômica da cana-de-açúcar remonta ao período colonial, sendo uma das principais matérias-primas para a produção de açúcar. Hoje, o seu valor não apenas perdura no ramo alimentício como também se estende à fabricação de biocombustível.

Essa é outra espécie que precisa de condições climáticas muito específicas, que vão determinar o seu nível de sacarose. Ela exige elevados índices de temperatura e umidade durante suas fases vegetativas e de brotamento, mas clima seco e ameno para concluir a sua maturação.

Algodão

O Brasil é o quinto maior produtor de algodão do mundo e está entre os maiores exportadores. A expectativa é que esse mercado se torne mais lucrativo durante os próximos anos, já que existe uma crescente demanda por produtos à base de algodão que substituam os tradicionalmente feitos com plástico.

O alto investimento em tecnologias é um dos grandes responsáveis pela prosperidade brasileira nesse tipo de cultivo. É uma planta típica de climas quentes, cuja temperatura permanece entre 18°C e 30°C, e que prefere chuvas baixas a moderadas, mais concentradas no período de floração.

Banana

A banana é uma das frutas mais consumidas em território brasileiro, o que representa uma excelente oportunidade de negócio para produtores de qualquer porte. Isso coloca o Brasil como um dos maiores produtores mundiais da fruta, sendo que a maior parte da sua produção é destinada a abastecer o mercado interno.

Apesar do volume pouco expressivo de exportação no país, existe uma demanda expressiva de banana no mercado mundial, mas que depende de mais investimentos em tecnologias para ser explorado.

A bananeira pode ser cultivada em qualquer período do ano, desde que existam chuvas regulares, pois a planta prefere regiões com a umidade relativa do ar acima de 80%. Já as temperaturas devem permanecer entre 20°C e 24°C.

Café

O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, que corresponde a um terço da produção mundial, sendo o café arábica e o conilon os mais lucrativos. Suas condições climáticas de plantio variam de acordo com o seu tipo, mas costumam exigir temperaturas amenas (em torno de 18°C e 24°C) e chuvas bem distribuídas ao longo da safra.

A agrometeorologia é uma ciência relativamente nova, mas que já se mostrou uma ferramenta estratégica para o sucesso dos empreendimentos agrícolas. Tecnologias de monitoramento climático como as estações meteorológicas devem ser empregadas para um cultivo eficiente, pois permitem que os produtores tenham mais controle sobre a sua produção.

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